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Clippings - 28/07/09

Seguradoras estão otimistas, revela estudo

São PAULO – As seguradoras mundiais projetam crescimento dos seus negócios no próximo ano, seja organicamente ou via aquisições, o que indica que as ações das empresas do setor podem estar sendo indevidamente punidas pelo mercado. A conclusão é de uma pesquisa da KPMG e da Economist Intelligence Unit sobre o setor, que ouviu 315 executivos do ramo de seguros em 49 países.

Conforme o estudo, tanto o caso da AIG como o fato de os investidores associarem o setor de seguros com o segmento financeiro de forma geral contribuem para essa visão negativa do segmento, que não é compartilhada pelas pessoas que comandam a área.

A pesquisa revela que 55% dos entrevistados mostram otimismo, ainda que moderado, para o crescimento dos negócios organicamente nos próximos 12 meses. Em relação à expansão por meio de fusões e aquisições, 53% têm expectativas positivas.

Segundo José Rubens Alonso, sócio responsável pela área de seguros da KPMG no Brasil, o problema ocorrido com a AIG foi algo muito específico da própria empresa, que não pode ser extrapolado para o setor como um todo. Esse é um caso isolado. Foi uma escorregada no desenho estratégico, afirma, citando as operações com derivativos de crédito.

Na visão dele, as seguradoras que estão bem posicionadas financeiramente estão vendo na crise uma oportunidade para crescer, especialmente por meio de aquisições. Os ativos estão mais baratos, o que reduz o custo de entrada em novos mercados, afirma.

Fora isso, Alonso lembra que os juros estão muito baixos no mundo todo, o que reduz o custo de oportunidade. Desta forma, se a seguradora não consegue rentabilidade nos investimentos tradicionais, ela acaba sendo incentivada a fazer negócios, comprando outras empresas. O mercado passa por um movimento de consolidação em todos os setores, e com as seguradoras não é diferente, afirma o especialista.

Conforme o sócio da KPMG, passado o solavanco gerado pela crise e a atual fase de acomodação do mercado, a perspectiva é de aquecimento das fusões e aquisições no setor, seja no Brasil ou no exterior. É que esses negócios demoram de acontecer, afirma.

Aqui no Brasil, esse movimento já começou e também tem o incentivo das regras mais rígidas sobre solvência. Entre as operações recentes, destacam-se a aquisição de 50% da Mongeral pela holandesa Aegon, a venda de 50% da Marítima para a Yasuda, a compra da Indiana Seguros pela Liberty e a aquisição da Minas Brasil pela suíça Zurich.

Para o futuro, atenção para o Banco do Brasil e sua seguradora Aliança do Brasil, que pode buscar uma parceira privada. (Fernando Torres | Valor Online)