Com uma carteira de 338 obras, equivalente a cerca de US$ 1 trilhão, a indústria naval brasileira vai de vento em popa. O setor gera 45 mil empregos diretos e, com a entrada em operação da área do pré-sal, a estimativa é de contratação de mais 20 mil trabalhadores, conforme disse na sexta-feira ao Monitor Mercantil, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana Rocha.
O transporte naval brasileiro se deteriorou em 20 anos e para reconstruí-lo levará mais 20 anos. O presidente Lula deu o pontapé inicial, em 2005, com o lançamento dos grandes contratos. A Login está construindo sete navios e assim vai alavancando o setor. A cobotagem brasileira está coberta por embarcações nacionais. Hoje somos o quinto do mundo na construção de embarcações do tipo Suezmax e temos a primeira carteira do mundo na construção de embarcações de apoio.
Rocha fez questão de ressaltar que da carteira total de encomendas, 144 já estão em andamentos. E frisou que o governo resolveu o maior gargalo do setor, ou seja, o Fundo Garantidor. A Medida Provisória 462 resolveu o problema. O Fundo de Marina Mercante (FMM) conta com uma linha de financiamento de R$ 5 bilhões para micro, pequenos, médios e grandes empresários do setor.
Atualmente, diz, o parque naval brasileiro conta com cerca de 25 estaleiros e tem capacidade para atender a demanda. O Rio de Janeiro, que responde, atualmente, por 40% da produção, também responde por 55% da geração de empregos do setor. Além disso, do total da carteira, conta com 55 obras contratadas, o equivalente a cerca de US$ 8 bilhões. Isso sem mencionar a instalação de duas novas unidades em Quissamí, da STX e do Eisa. Essas duas plantas fazem parte do investimento de US$ 2 bilhões que compõem ainda a instalação de um estaleiro da Odebrecht, na Bahia, e Edbasa, também na Bahia, e do Jurong, no Espírito Santo. Esses empreendimentos irão gerar mais 20 mil empregos com as novas licitações que estão em curso.
Rocha fez questão de enfatizar que a indústria naval brasileira, com a exceção do setor de navipeças, não registra nenhum tipo de gargalo. Não temos nenhum tipo de gargalo, nem mesmo na qualificação profissional. Estamos treinando os profissionais compatível com o mercado que temos. Há uma capacidade instalada onde as obras estão sendo entregues dentro dos prazos, disse, informando que as encomendas do Promef da Transpetro irão injetar a construção de 23 novas embarcações. Rocha disse ainda que o único estaleiro que está exportando embarcações é o Eisa. Segundo ele, são dez navios para a estatal venezuelana PDVSA.(Fonte: Monitor Mercantil – Rio de Janeiro,RJ/Marcelo Bernardes)