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Clippings - 22/06/11

Setor portuário teme novas filas de navios açucareiros

Novas filas de navios açucareiros na Barra de Santos e prejuízos a operadores do cais público e trabalhadores avulsos. Esses deverão ser os reflexos da redução do número de berços de atracação para operações convencionais de açúcar ensacado no Porto de Santos, segundo representantes do setor. A disponibilidade de apenas um ponto para a parada dos navios foi determinada na última segunda-feira, durante reunião ordinária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). A decisão do CAP foi coerente diante do que aconteceu no ano passado, quando faltou mão de obra para operação de açúcar ensacado, fazendo com que os navios não atingissem a produção desejada. No entanto, é preciso analisar se apenas um ponto de atracação não pode acabar gerando fila de navios na Barra também, afirmouodiretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque. A dificuldade para escalar trabalhadores para esse tipo de serviço foi uma das razões que levou o CAP a tomar a decisão. Apesar de concordar com a análise do Conselho, Roque reiterou que o cenário precisa ser acompanhado ao longo da safra, sob a condição de que a nova norma possa ser revista. É preciso saber qual a quantidade de sacaria prevista para este ano. Precisa ser feita uma análise constante. E se perceber que um berço é insuficiente, será necessário reverter a norma para atender a demanda de todos,destacou. Sem entender as razões que levaram à decisão do CAP, o superintendente da operadora Hipercon, Paulo Adelino dos Reis, acredita que a determinação vai afetar diretamente a empresa e seus clientes. Isso porque a Hipercon é responsável pela maior parte das operações de açúcar ensacado no cais público. Apenas no ano passado, a companhia movimentou 500 mil toneladas, mais de 60% do total de aproximadamente 800 mil toneladas operadas nos terminais não especializados. Acredito que realmente deve haver uma razão para o Aquino ter tomado essa decisão, razões que ainda não ficaram claras. Já pedi uma reunião com ele para entender melhor essa nova medida, ressaltou Reis. O executivo concorda que ocorreram muitos problemas no ano passado. Porém, garante que nenhum deles foi provocado pela Hipercon. Não fomos nós que criamos (os problemas). Eles foram provocados por ineficiência do Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra) e restrições do Porto, completou. Para o executivo, a redução no número de berços para essas operações indica desinteresse do complexo portuário por esse tipo de açúcar. Dá a impressão de que o Porto está sinalizando para algo como `Não me tragam açúcar ensacado que não tenho muito interesse’. Agora é preciso entender melhor, pois se for para o bem do Porto e da cidade, tenho que aplaudir. Não posso ver só o meu interesse. O segundo vice-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Querginaldo Camargo, disse apenas que o Sopesp vai avaliar os impactos dessa medida, porque ainda não foi comunicado formalmente a respeito. Já o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, foi enfático ao mencionar que a decisão do CAP vai prejudicar os trabalhadores, já que os avulsos terão menos postos de trabalho. As cargas vão para os terminais, que requisitam menos mão de obra, disse o sindicalista, que fez questão de esclarecer que não existe desinteresse ou falta de mão de obra para a operação de açúcar ensacado. O que existe é má gestão, incompetência do Ogmo, que deve fazer a abertura de cadastro para os trabalhadores. Temos mais de 5 mil inscritos no sindicato que querem adentrar ao trabalho, explicou Silva.