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Clippings - 09/09/24

Shell, TotalEnergies, Petronas e QP vão pagar, juntas, mais de R$ 1 bi à Petrobras pela alta do brent

O valor da compensação que as quatro petrolíferas devem pagar à estatal por investimentos passados nos campos de Atapu e Sépia subiu por conta da valorização do brent. O dinheiro deve entrar no caixa da Petrobras em janeiro do ano que vem

FPSO Carioca em operação em Sépia (Foto: Modec)

A Petrobras tem mais de R$ 1 bilhão a receber, ao todo, da Shell, TotalEnergies, Petronas e QP Brasil juntas, em janeiro do ano que vem. A conta é relativa ao primeiro semestre deste ano e pode crescer até dezembro. Ela é um acréscimo à compensação pelos investimentos realizados pela estatal nos campos de Sépia e Atapu, antes de as quatro petrolíferas entrarem como sócias nos projetos.

Ao todo, o crédito da Petrobras é de R$ 1,9 bilhão, mas parte dele é de responsabilidade da própria empresa, por conta da sua participação nos ativos. Por isso, nem toda conta vai ser paga pelas quatro petrolíferas. Os dados foram divulgados pela estatal no documento “Informações Financeiras Intermediárias”, relativo ao primeiro semestre de 2024. 

O total de R$ 1,9 bilhão corresponde a um acréscimo à compensação de US$ 6,45 bilhões devida pelas quatro petrolíferas juntas, já prevista em contrato. Isso porque toda vez que a cotação média do petróleo do tipo brent ultrapassa os US$ 40, no intervalo de um ano, a compensação devida também sobe.

Essa regra foi definida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em 2021, quando o excedente da cessão onerosa dos dois campos foi leiloado.

Na concorrência, a Shell e a TotalEnergies levaram, ao lado da Petrobras, participação em Atapu, enquanto Petronas, QP e TotalEnergies, junto com a estatal, adquiriram Sépia. Pelo primeiro campo, foram pagos R$ 4 bilhões de bônus de assinatura, e, pelo segundo, R$ 7,1 bilhões.

Mais elevadas do que os bônus, no entanto, são as compensações pelos investimentos da Petrobras. A portaria do MME prevê um pagamento inicial de US$ 3,25 bilhões para Atapu e de US$ 3,2 bilhões para Sépia. Para chegar a esse total, foi considerado um barril de brent de US$ 40. Descontadas as perdas pela qualidade do óleo, as cotações foram definidas em US$ 38,14 para Atapu e US$ 38,04 para Sépia.

Frente à alta da cotação do barril no mercado internacional no último ano, é de se esperar que o valor da compensação continue subindo. No caso de Atapu, o ganho pode variar, em 2024, de US$ 4,1 milhões, com uma cotação do barril na faixa de US$ 40, até US$ 250 milhões, se a commodity ultrapassar os US$ 70. Para Sépia, as variações são de US$ 5,6 milhões a US$ 339 milhões. Somados os dois campos, o intervalo é de US$ 9,7 milhões a US$ 589 milhões.

Além das compensações por Sépia e Atapu, a Petrobras mantém no radar a entrada de R$ 2 bilhões pela venda de parte do campo de Roncador à Equinor e de R$ 1,15 bilhão pelo desinvestimento do Polo Potiguar. A petrolífera norueguesa comprou 25% da participação da estatal em Roncador por US$ 2,9 bilhões, em 2017. O Polo Potiguar foi repassado, no ano passado, à 3R Petroleum, que pagou, na assinatura do contrato, US$ 1,2 bilhão e vai desembolsar US$ 235 milhões em quatro parcelas anuais.

Fonte: Revista Portos e Navios