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Clippings - 07/08/09

Shopping tem alta na receita e planeja ampliar investimentos

São PAULO – Depois de enxugar custos para minimizar perdas com receio do impacto negativo da crise econômica no começo do ano, as grandes administradoras de shopping centers começam a colher resultados dessa estratégia: a ação se reverteu em ótimos resultados e fez com que elas saíssem da crise melhor do que entraram. Os lucros das companhias seguiram em alta no primeiro semestre e, com isso, as empresas querem agora usar esses recursos para novos investimentos e aquisições, como pretende a BRMalls.

Uma das líderes do setor, a BRMalls, com participação em 34 shoppings , contabiliza R$ 1,2 bilhões em caixa para reforçar sua posição à frente desse mercado. Segundo a companhia, para cada R$ 1 real de receita arrecadado este ano, quase R$ 0,56 tem ficado no caixa da empresa.

O CEO da BRMalls, Carlos Medeiros, disse ontem ao mercado que assim que começaram a se preocupar com a crise, tomaram atitudes para enxugar custos e preservar seu caixa, o que conseguiram atingir ao baixar o preço de condomínio para os lojistas. Dessa forma, caso caíssem as vendas nos empreendimentos eles teriam uma folga maior.

Foram otimizados quadros de funcionários, reduzidos serviços e feitas compras centralizadas dos principais insumos dos condomínios, o que devemos continuar a fazer para ter o menor custo de ocupação do mercado, afirmou.

Com bom desempenho e dinheiro em caixa com oferta de ações e medidas de redução de gastos, a BRMalls viu no primeiro semestre um lucro líquido estimado em R$ 103,4 milhões, contra um prejuízo de R$ 7,554 milhões nos seis primeiros meses do ano passado. A ações da BRMalls também subiram 30% desde a sua oferta e os recursos podem ser utilizados em novas aquisições: Não podemos comentar as negociações em andamento, mas a maior parte dos recursos levantados vai ser usada sem aquisições. Em relação a projetos greenfield (a primeira construção erguida numa área), sempre buscam oportunidades, mas por enquanto não devem optar por isso.

No momento, estão construindo um projeto na Granja Viana, em São Paulo (SP), com 63% já comercializados, e em 2010 devem começar a construir um shopping em Sete Lagoas (MG). Outros três projetos greenfield estão previstos. Também há nove expansões em desenvolvimento, o que elevará a área bruta locável em 227,7 mil metros quadrados.

Medeiros destacou que conseguiram reverter a queda de das vendas nas mesmas lojas, puxadas pelas lojas-âncoras, em que no primeiro trimestre havia uma queda de 3,5% nas vendas, além de terem registrado o menor índice de vacância da história da companhia.

A concorrente do setor, Sonae Sierra Brasil, parceria da portuguesa Sonae Sierra e da americana Developers Diversified Realty e proprietária de 10 shoppings, acaba de divulgar seus resultados do semestre e afirma ter registrado Resultado Líquido Direto de R$ 32 milhões, 21% a mais que no mesmo perãodo de 2008. As receitas com aluguéis atingiram R$ 60 milhões no perãodo, aumento de 24% em relação ao ano passado.

A companhia também revelou ao DCI que sua estratégia de crescimento prosseguirá com os projetos Boulevard Londrina Shopping, no Paraná, Uberlândia Shopping, em Minas Gerais, e um shopping em Goiânia (GO). Em abril deste ano, a empresa inaugurou em Manaus o Manauara Shopping, com R$ 260 milhões. Ontem, a Iguatemi Empresa de Shopping Centers S.A. também divulgou resultados do segundo trimestre de 2009, com destaque ao crescimento do lucro líquido – 70% mais do que o do mesmo trimestre de 2008, atingindo R$ 22 milhões. A margem líquida foi de 42,1% e receita bruta cresceu 15,2% e atingiu R$ 58,7 milhões.

Setor

Para a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), apesar da projeção anterior e descumprimento da meta de 22 empreendimentos previstos para serem inaugurados este ano – só devem ser abertos 18 -, o setor sofre menos com crises que o comércio de rua. As grandes empresas seguem capitalizadas e a tendência é de maior cautela na análise de novos projetos.

Segundo Luiz Fernando Pinto Veiga, eleito há dois dias presidente da Abrasce, o faturamento da indústria de shoppings deve ficar em R$ 70 bilhões em 2009, alta de 8% diante 2008. Para 2010, 22 novos empreendimentos são esperados. Veiga afirma que algumas [empresas] podem optar por aquisições, pois os preços dos shoppings estão baixando. (Danielle Fonseca Ciça Ferraz)