Companhia firmou um contrato de R$ 2 bilhões com a Seatrium, que é responsável pela construção das plataformas. Os FPSOs serão instalados, respectivamente, nos campos de Atapu e Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos, com início de produção previsto entre 2029 e 2030

A Siemens Energy firmou um acordo de R$ 2 bilhões com a Seatrium para fornecer os sistemas de compressão para as plataformas P-84 e P-85, que serão próprias e instaladas, respectivamente, nos campos de Atapu e Sépia, em águas ultraprofundas, no pré-sal da Bacia de Santos, com início de produção previsto entre 2029 e 2030.
O projeto contempla sistemas de compressão que são acionados por motor elétrico, ao invés das turbinas a gás individuais que operam essas máquinas em uma configuração de ciclo simples. Por conta disso, espera-se uma redução da intensidade de emissão de gases de efeito estufa (GEE) em pelo menos 25% por barril de óleo equivalente (boe).
Cada plataforma contará com um total de 12 sistemas de compressão elétrica – três compressores principais de gás, quatro compressores de gás de exportação, dois de injeção e três compressores de CO₂. Além do fornecimento de equipamentos, engenharia, acondicionamento, testes e planejamento logístico, a Siemens Energy também atuará na parte de integração e execução dos projetos.
A entrega dos skids de compressão (estruturas pré-montadas responsáveis por suportar e abrigar equipamentos e sistemas para aplicações industriais) está prevista para 2026 (no caso da P-84) e 2027 (P-85). A unidade da Siemens Energy em Santa Bárbara d’Oeste (SP) será responsável pela fabricação, montagem e testes dos skids, “excedendo em 20% o requisito mínimo de conteúdo local para a produção dos equipamentos”, segundo a companhia.
P-84 e P-85
O contrato de aquisição da P-84 foi assinado com a Seatrium O&G Americas Limited em maio de 2024, juntamente com o contrato da P-85. As plataformas terão, cada uma, capacidade de produção de 225 mil bpd e de processamento de 10 milhões de m³/dia de gás.
As construções da P-84 e da P-85 serão realizadas em estaleiros do Brasil, China e Singapura, e atingirão os percentuais de conteúdo local de 20% na P-84 e 25% na P-85. Atualmente, os campos de Atapu e Sépia contam com a produção de duas plataformas: P-70, no campo de Atapu, e o FPSO Carioca, no campo de Sépia – ou seja, a P-84 e a P-85 serão as segundas unidades em seus respectivos campos.
Os projetos da P-84 e P-85 têm a previsão de redução de 30% na intensidade de emissões de gases de efeito estufa por barril de óleo equivalente produzido. A redução se deve aos benefícios da configuração All Electric, de otimizações na planta de processamento para o aumento da eficiência energética e da incorporação de diversas tecnologias.
Consórcios
A Petrobras detém 65,7% de participação na jazida compartilhada de Atapu, em parceria com a Shell (16,7%), TotalEnergies (15%), Petrogal Brasil (1,7%) e União, representada pela PPSA (0,9%).
Para a jazida compartilhada de Sépia, a Petrobras possui 55,3% de participação, em parceria com a TotalEnergies (16,9%), Petronas (12,7%), QatarEnergy (12,7%) e Petrogal Brasil (2,4%).
Nas duas jazidas, a Petrobras é a operadora e a PPSA atua como gestora do contrato de partilha.
Fonte: Revista Brasil Energia