Sindicato afirma que o desabastecimento atinge o óleo diesel B S-10, o S-500 e também o marítimo, em todas as regiões do país, solicitando que a agência informe sobre eventuais medidas para “amenizar a crise”

O Sindicato Nacional do Comércio Transportador-Revendedor-Retalhista de Combustíveis (SindTRR) enviou um ofício, à ANP, para tratar sobre “a aflitiva situação vivenciada pelas associadas em todas as regiões do país, causada pelo desabastecimento de óleo diesel”.
Segundo o sindicato, o desabastecimento atinge o óleo diesel B S-10, o S-500 e também o marítimo, “obrigando as empresas TRR à retirada junto às distribuidoras através de cargas de pouco volume, insuficientes para o fornecimento de óleo diesel a milhares de consumidores”, como os que utilizam o combustível em geradores instalados em hospitais e em casas de saúde e, em maior escala, para a agricultura, “neste caso com graves consequências econômicas”, explicou em ofício enviado na última sexta-feira (8/4).
Por fim, o SindTRR solicitou que a agência informe sobre eventuais providências adotadas para, “na medida do possível, amenizar a crise instalada no abastecimento de diesel”. Em resposta, a assessoria de imprensa da ANP afirmou, ao PetróleoHoje, que está analisando o ofício e responderá à instituição demandante, e que está “sempre em diálogo com os institutos e associações para responder às questões endereçadas”.
O TRR possui uma participação de 12% no mercado consumidor nacional de óleo diesel, sendo responsável por vender 8 bilhões de litros de óleo diesel anualmente através de 6 mil veículos-tanque, segundo informações do site do sindicato. Os clientes do TRR incluem indústrias, comércio, transporte, prestadores de serviço, hospitais, geradores de energia, órgãos públicos e agricultura.
O diesel é o derivado com maior participação no mercado de combustíveis no Brasil, com 49% do volume total comercializado, segundo dados analisados pelo Cenários Petróleo em 2021. No país, quatro distribuidoras concentram 70,56% das vendas de diesel: Vibra Energia (29,19%), Ipiranga (20,08%), Raízen (18,45%) e Alesat (2,84%), segundo dados da ANP.
No mês passado, o MME solicitou a celeridade na liberação da nacionalização das cargas importadas de óleo diesel, em especial de uma carga que estava paralisada no Porto de Paranaguá (PR), tendo em vista “a condição do país de dependência da importação desse energético”. A carta foi endereçada à Secretaria Especial da Receita Federal.
E essa não foi a primeira vez que uma entidade alerta sobre um possível desabastecimento de óleo diesel no país – tanto a Fecombustíveis como o Sindicombustíveis-PA já falaram sobre o tema em ofícios enviados à agência reguladora. Segundo a Fecombustíveis, as distribuidoras estariam tendo dificuldade na importação desse insumo, o que pode acabar gerando um desabastecimento para os postos de “bandeira branca”.
Fonte: Brasil Energia