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Clippings - 12/08/09

Sistema hidroviário aguarda investimentos

Aracruz espera licença para erguer terminal em São José do Norte.

O transporte fluvial no Rio Grande do Sul deve apresentar um grande desenvolvimento nos próximos anos. Esse cenário pode ser previsto devido a investimentos que devem ser realizados, como a consolidação da hidrovia do Mercosul (que prevê a navegação na lagoa Mirim) e a construção do terminal da Aracruz, em São José do Norte.

A Aracruz retardou o cronograma de implantação do seu terminal na zona Sul do Estado por causa da queda do mercado internacional de celulose. Porém, o consultor de Infraestrutura e Logística da companhia, Roberto Hallal, informa que o projeto-executivo do complexo está pronto e a empresa agora espera o licenciamento ambiental. Depois de obter o documento com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Aracruz solicitará a liberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A expectativa do consultor é de que ainda neste segundo semestre se obtenha a licença provisória (LP).

Hallal relata que, até o final deste mês, deve ser divulgado o nome da nova companhia, resultado da fusão da Aracruz com a VCP. Posteriormente, será dado o rumo para a empresa e, por consequência, do terminal de São José do Norte. Correndo tudo de maneira satisfatória, com a recuperação do mercado de celulose, a retomada do terminal deve ocorrer em janeiro de 2011. O porto de São José do Norte implicará um investimento de cerca de R$ 120 milhões.

Outra perspectiva de crescimento hidroviário na região Sul do Estado é através da lagoa Mirim. O coordenador da diretoria de Infraestrutura Hidroviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Paulo Roberto Coelho de Godoy, enfatiza que o governo federal tem interesse em promover a chamada hidrovia do Mercosul. Ele argumenta que a lagoa Mirim é importante para o Estado, pois faz parte de um complexo que envolve o canal São Gonçalo, lagoa dos Patos e os rios Jacuí e Taquari, que soma uma extensão superior a 600 quilômetros.

Para Godoy, essas características tornam o transporte fluvial eficiente e com um custo compatível. O dirigente lembra que é possível ligar a zona Sul gaúcha até o porto de Estrela, onde existem ramais ferroviários que podem fazer uma conexão intermodal com os outros estados brasileiros. Do Sul do Estado, através da hidrovia do Mercosul, deverão ser escoadas cargas como: arroz e cavacos de madeira e, no retorno, fertilizantes.

Para este ano, deverão ser liberados, pela União, em torno de R$ 5 milhões para a reativação do porto de Santa Vitória do Palmar. Em 2010, deverão ser repassados mais R$ 10 milhões. Na melhoria da infraestrutura da hidrovia da lagoa Mirim está previsto o aporte de R$ 5 milhões. Godoy também espera investimentos privados na renovação da frota de embarcações e nos portos.

A perspectiva é de que a operação pela lagoa Mirim comece a partir do segundo semestre do próximo ano. O dirigente recorda que as ações tomadas no Brasil se integrarão com as que estão sendo adotadas do lado uruguaio da lagoa.(Fonte: Jornal do Commercio/RS/Jefferson Klein)