Os sócios do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, preparam capitalização bilionária para o empreendimento, vencedor da licitação para a construção de 22 petroleiros encomendados pelo Transpetro. As empresas Camargo Corrêa (40%) e Queiroz Galvão (40%), com o aporte, tentarão sanar grave problema de fluxo de caixa do EAS, sem receita para os pesados investimentos. Ainda há dúvidas se os outros sócios, a coreana Samsung Heavy Industries (10%) e a brasileira PJMR Empreendimentos (10%), acompanharão o aporte ou diluirão as participações no processo de aumento de capital. O estaleiro assinará o contrato de construção das primeira sondas de perfuração da Petrobrás fabricadas no Brasil. O primeiro petroleiro encomendado pela Transpetro, entregue em maio de 2010, ainda está no estaleiro, por conta de problemas de fabricação. Uma segunda unidade já deveria estar em construção, mas atrasou.
Por enquanto, o EAS tem recebido as parcelas do financiamento obtido no BNDES, com verba do Fundo de Marinha Mercante e pagamento direto à Transpetro, subsidiária da Petrobrás. O BNDES informou ter aprovado três financiamentos para o estaleiro, que somam R$ 1,3 bilhão. O EAS, idealizado entre 2003 e 2004, foi por bom tempo chamado de estaleiro virtual ou de papel, pois o projeto incluía a construção simultânea das instalações e de navios e plataformas. Ante os rumores sobre as dificuldades financeiras, a administração do EAS foi sucinta. Em nota de uma linha limitou-se a informar que desconhece qualquer operação de aporte dos seus acionistas.