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Clippings - 06/09/24

Suape espera homologação de canal de acesso até final de outubro

Autorização para tráfego no canal externo aprofundado para -20m vai contribuir com atracação de navios de maior porte

A administração do Porto de Suape (PE) tem expectativa de que, até o final de outubro, estará com o canal de acesso balizado e homologado para profundidade de -20 metros. As obras de dragagem do canal externo foram concluídas em maio deste ano e estão em processo de homologação junto à autoridade marítima. O porta-contêineres “MSC Orion”, primeiro navio com 366 metros de comprimento a escalar Suape, deve voltar ao porto em até dois meses.

O serviço da MSC ficará regular a partir do final de setembro e vai tocar os portos de Suape e Salvador (BA), no Nordeste. Nas próximas semanas, será iniciada a dragagem do canal interno, que abrange o aprofundamento para 16,2 metros, da bacia de evolução e dos píeres de granéis líquidos 3A e 3B (até 18,5 metros). Estas intervenções devem ser concluídas num prazo de sete meses.

O presidente do Porto de Suape, Márcio Guiot, disse à Portos e Navios que a autoridade portuária vem revisando projetos dentro da estratégia de oferecer a infraestrutura adequada. Os planos incluem ainda a construção de dois berços de atracação com 17m a partir de 2025. O objetivo, segundo Guiot, é manter um diferencial competitivo, sem deixar o porto estrangular para ir atrás de investimentos.

Para os novos berços, que são vocacionados à movimentação de grãos, ainda será definido qual modelo de exploração ou arrendamento será adotado. “Decidimos revisar o projeto porque já queremos fazer berços preparados para 17m. Os cinco berços hoje são preparados para até 15,5m”, detalhou Guiot. O complexo possui cinco berços em operação, com dois quilômetros de cais em operação. O plano diretor permite chegar a pouco mais de 10 quilômetros.

Outra expectativa para os próximos dois anos é o início de operação do segundo terminal de contêineres do complexo, a ser operado pela APM Terminals, do grupo Maersk. Atualmente, o Tecon Suape é operado pela arrendatária, de matriz filipina, ICTSI. “Estamos felizes de poder contar com dois grandes operadores globais. A partir de 2026, Suape contará com dois terminais para ofertar mais linhas e gerar mais competitividade e melhoria na eficiência. Ter dois Tecons está dentro de uma estratégia acertada”, disse Guiot.

Ele também acredita que, ao fornecer bunker em Suape, o porto que tem águas mais profundas do que portos do Sudeste, reduzirá os riscos de omissão de portos brasileiros em rotas de longo curso. “Ofertando a profundidade, propiciamos que navios façam bunkering aqui. Pode ser que essa conjunção de fatores: dragagem aqui com o bunker sendo ofertado, portos do Sudeste possam carregar mais porque hoje os navios têm que fazer bunkering lá. Isso acaba ocupando a capacidade do navio”, ressaltou.

Na semana passada, o Porto de Suape esteve num evento no Centro-Oeste, com objetivo de abrir conversas com segmentos para não ficar restrito aos granéis agrícolas. “De certa forma, está tudo linkado: obra de aprofundamento do canal, serviço de bunker, nova linha (MSC), novas cargas e novas possibilidades. Assim, vamos promovendo o desenvolvimento de Suape”, projetou Guiot, que participou da Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), em Goiânia.

Fonte: Revista Portos e Navios