Os próximos dois meses serão decisivos para o gasoduto Rota Cabiúnas, entre o pré-sal de Santos e o Rio de Janeiro, a maior linha offshore da Petrobras.

A petroleira deverá abrir os envelopes técnicos e comerciais dos dois principais processos do empreendimento: um voltado à contratação do lançamento de 380 km de linhas com 24”, interligando Lula Nordeste a Cabiúnas, com trechos de águas profundas e rasas, e outro para o trecho de 19 km e 18”, em águas profundas, que garantirá a conexão de Cernambi a Lula Nordeste.

Coordenadas pela área de Engenharia da Petrobras, as concorrências trazem grande expectativa. O resultado não apenas irá garantir a viabilidade comercial da malha até Cabiúnas, como também vai balizar o cenário a ser enfrentado na licitação do Rota 3.

As propostas para o trecho maior do Rota Cabiúnas serão dividida em duas frentes: uma de 100 km, da praia até águas rasas de 100 m, e outra de 280 km, em águas profundas, de até 2.200 m. Os interessados nos dois trechos poderão apresentar até três planilhas de preço distintas – para o trecho raso, para o profundo e para as duas etapas. O cronograma prevê a conclusão do lançamento até abril de 2014.

Para esse trecho, a Confab irá fabricar e fornecer diretamente 290 km de dutos com espessura abaixo de 1 ¼ para o projeto. Os 90 km restantes, com espessura superior a 1 ¼, serão adquiridos em licitação internacional, cujos envelopes também serão abertos em breve.

Já o processo do trecho menor não chega a ser novidade, tratando-se, na verdade, de um rebid. Na abertura dos envelopes de preço do leilão anterior, há cerca de dois meses, apenas a Saipem apresentou proposta, e seu preço – não divulgado – ficou acima das expectativas.

Segundo Marcus Guedes, gerente de Implementação de Empreendimentos para Dutos Submarinos da área de Engenharia, a meta é ter todo o trecho de 19 km lançado e pré-comissionado no último trimestre de 2013. “O vencedor terá cerca de dois anos para preparar todas as etapas de projeto e detalhamento e, finalmente, fazer a instalação.”

Os dutos desse trecho também serão da Confab. Os tubos serão fornecidos a partir de junho de 2012. Por conta desse prazo, o mais provável é que o lançamento das primeiras linhas só comece em 2013.

Em ambos os trechos, o trabalho de revestimento das linhas ficará a cargo da empresa que executará o lançamento.

Por seu porte e a despeito do desafio da obra, o Rota Cabiúnas movimenta o mercado. Espera-se que o trecho de 380 km atraia muitos concorrentes, com participação maciça de grandes grupos estrangeiros.

O empreendimento também promete criar um novo patamar de custo, bem mais alto que os praticados até agora. Embora a Petrobras não dê pistas sobre sua expectativa, o mercado crê que um projeto dessa proporção pode variar de US$ 700 milhões a até US$ 1,1 bilhão.

Um dos principais desafios, conta Guedes, é a instalação. “Será preciso uma logística muito bem montada para manter a continuidade operacional do barco de lançamento. Isso será um fator decisivo para o sucesso do projeto”, aposta o executivo.