As estruturas de 25 mil toneladas cada uma serão utilizadas na produção de óleo e gás na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
O Paraná entrou definitivamente na rota das empresas ligadas ao pré-sal. A multinacional italiana Techint obteve a licença ambiental de instalação para transformar seu estaleiro em Pontal do Paraná em uma grande unidade industrial. O primeiro trabalho será a construção de duas plataformas fixas completas, encomendadas pela OSX Brasil S/A, do magnata Eike Batista. As estruturas de 25 mil toneladas cada uma serão utilizadas na produção de óleo e gás na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O projeto está avaliado em R$ 1 bilhão.
“É a primeira empresa a se instalar no Paraná por conta do programa Pontal do Pré-Sal”, comemora o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. A Techint planeja investir R$ 300 milhões na unidade industrial, em duas etapas. Primeiro será necessário aumentar a área de superfície, passando dos atuais 160 mil metros quadrados para 200 mil metros quadros. Essa ampliação vai permitir o trabalho de construção das plataformas.
“A licença permite a ampliação da área atual e poderemos construir as plataformas. Vamos começar a operar imediatamente”, afirma o diretor-geral da Techint, Ricardo Ourique. O prazo para entrega das plataformas petrolíferas é de 33 e 35 meses – elas serão construídas paralelamente. Após o fim deste projeto, a Techint planeja construir um cais com 300 metros no local, o que vai permitir a atracação de navios FPSO – tipo de plataforma flutuante capaz de extrair, processar e armazenar petróleo.
Novos planos – A encomenda das duas plataformas amplia o projeto inicial da Techint.
Em fevereiro passado, a empresa divulgou que havia sido contratada pela OSX para construir duas “jaquetas”, estruturas de sustentação de plataformas fixas com 140 metros de comprimento. Para a construção das “jaquetas”, a previsão era gerar 2 mil empregos diretos. Agora, esse número saltou para 4,5 mil trabalhadores. “Nosso objetivo é contratação da mão de obra local. Vamos formar desde o funcionário simples até os engenheiros”, explica Ourique.
Atrasado em relação a outros estados brasileiros, o governo paranaense tem trabalhado no sentido de atrair empresas do pré-sal para o litoral do estado. No fim do ano passado, foi assinado o Decreto 9.195, que concede benefícios às companhias focadas no desenvolvimento de navios, plataformas e equipamentos pesados que vierem a se instalar no litoral paranaense. O regime especial inclui a suspensão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na importação de máquinas e também na venda de mercadorias, e a postergação do pagamento desse imposto na compra de bens.
Este ano, em abril, o governador Beto Richa lançou o programa “Pontal do Pré-Sal”, com o objetivo similar de atrair empreendimentos da cadeia petrolífera para os municípios de Pontal do Paraná, Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba, todos no litoral do estado. Até o momento, a administração estadual não revelou detalhes do programa.
Na fila – Três empresas esperam licença. O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, disse que outras três empresas aguardam a licença ambiental para se instalar no litoral do estado:
Odebrecht, Queiroz Galvão Óleo e Gás, e a norueguesa Subsea 7, que planeja investir R$ 100 milhões em Pontal do Paraná. A empresa, que vai montar tubos flexíveis para escoamento de petróleo, escolheu o litoral paranaense pela proximidade com a Bacia de Santos, principal área do pré-sal.
Já a Odebrecht conta com a parceria estabelecida com a Petrobras desde a década de 1950 para intensificar seus trabalhos no Paraná. A companhia Queiroz Galvão Óleo e Gás integra o Grupo Queiroz Galvão, fundado em 1953 originalmente como construtora. Hoje, o grupo atua em diversos segmentos, incluindo a operação de plataformas semi-submersíveis de perfuração offshore.