Operação no terminal retomou ritmo de 2008, antes da crise mundial.

Na esteira da retomada do co- mércio internacional, o Terminal de Contêineres do Porto de Santos (Tecon), administrado pela Santos Brasil, deverá registrar novo recorde operacional neste ano, com movimentação de1,28 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). O volume é 1,09% maior que o registrado em 2008, em cenário pré-crise.

O número está baseado na projeção para este ano, dada ontem pela holding Santos Brasil Participações, para os dois terminais do grupo ­ Tecon Santos e Tecon Imbituba, este em Santa Catarina. Serão 1,35 milhão de TEUs no total.

Em respeito às regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operadora portuária não pôde informar o volume separado por instalação. Contudo, comunicou que a unidade santista representou 95,1% das operações de cais da empresa entre janeiro e junho, com 554.373 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados, ante um total de 582.396 TEUs registrado pelo grupo.

Segundo o diretor de operações da Santos Brasil, Caio Morel, trata-se de uma retomada do comércio mundial, somada ao câmbio favorável para as importações no País. O aumento nesta via de comércio, principalmente com a compra de equipamentos para a indústria doméstica, possibilitou os resultados do primeiro semestre.

Ele explicou ainda que a movimentação no semestre também vem sendo reforçada pelo açúcar. Esse ano está havendo uma grande transferência do break bulk para o contêiner.

Morel contou que o contêiner tornou-semaisatrativoparacargas de menor valor agregado quando a corrente de comércio passou a pender para a importação.Na Santos Brasil, atualmente, as importações respondem por 54% das movimentações, contra 46% das exportações.

Quando isto ocorre, consegue-se proporcionar ao exportador um preço melhor para o embarque de contêineres. Em logística, o melhor é manter a corrente de comércio (exportações e importações) o mais balanceada possível, uma vez que os mesmos contêineres que chegam com cargas importadas embarcarão com os produtos brasileiros rumo ao exterior. Ao proporcionar um preço menor para as exportações, busca-se melhorar a corrente e reduzir o total de contêineres que viajam vazios para fora do País.

TECON 4

O berço de atracação da área de expansão do Tecon, denominado Tecon 4, será entregue em duas semanas, afirmou Morel. Ele está com 14,5 metros de profundidade. Nós fizemos o berço mais profundo que o calado atual do Porto.

Segundo ele, a obra ainda não foi concluída porque a empresa aguarda a chegada de uma draga apropriada para a retirada de lama a até cinco metros do cais. A retroárea do Tecon 4 já é utilizada para armazenagem de contêineres.