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Clippings - 23/06/09

Terminais buscam equacionar demandas para contêineres

A quantidade de cargas movimentadas dentro de contêineres aumenta a cada ano em portos de todo o mundo. Mercadorias tradicionalmente transportadas soltas e que anteriormente não se pensava em colocar dentro desses equipamentos, como soja e minérios, já estão circulando dentro deles.

No entanto, para que o principal porto da América Latina tenha condições de suprir o crescimento dessa movimentação e se torne ainda mais forte em termos de valor agregado, é preciso equacionar diversas demandas e dotar as operações locais de maior produtividade.

Pelo Porto de Santos (SP) passam até 2 milhões e 555 mil TEUs anualmente, conforme foi registrado em 2007. A intensidade das operações faz com que, após o desembarque das cargas, uma grande quantidade de contêineres vazios necessite ser armazenada. O fato colabora para o congestionamento das vias de acesso ao cais santista e soluções para isso há muito são debatidas. Preocupado com o atual panorama, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) local baixou a resolução nº 5 – de 14/04/2009 – que estabelece procedimentos documentais para esse tipo de transporte.

A medida, que entrará em vigor no dia 12 de agosto, é destinada à movimentação de cofres vazios de descarga direta de navios para terminais retroportuários e tem causado discussão na comunidade portuária, pois nem todos a veem como solução ideal. O objetivo é fazer com que o transporte seja realizado de madrugada.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Transportadoras de Contêineres e Terminais Retroportuários (ABTTC), Martin Aron, ressalta o fato de a resolução apontar a responsabilidade dos armadores e destacar que não se pode descarregar mais cargas do que a capacidade de recebimento das mercadorias. “Caso os contêineres vazios não sejam distribuídos de forma que o sistema viário possa comportar, os prejuízos serão de todos”.

Aron, que assumiu a presidência da entidade no final do último mês de abril, avalia que o Porto de Santos precisa estar preparado para aumentar a participação na movimentação de contêineres. Ele lamenta que a crise econômica mundial tenha atingido mais fortemente a movimentação de produtos manufaturados no porto santista que, em sua grande maioria, são transportados dentro de contêineres. “O aumento de movimentação registrado no Porto de Santos foi devido às commodities. É calculado em toneladas. E tonelada é bom para estatística, não para o comércio exterior do País”.

A participação no mercado de cargas de alto valor agregado passa, na opinião de Aron, pela recuperação do comércio internacional e pela competitividade que o porto santista disponibilizará para a movimentação de contêineres.

A resolução do CAP tira a obrigatoriedade de comprovação da equiparação de produtividade entre os terminais portuários e os armazéns de recepção, carga e descarga de contêineres vazios – os chamados depots – no perãodo noturno, das 20 às 6 horas. O objetivo coincide com a implantação do projeto Porto 24 Horas, liderado pelo Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), órgão ligado à Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

No entanto, outras medidas são necessárias, segundo o membro do conselho fiscal da ABTTC, Christian Vilella Larsen. Ele salienta que os departamentos comerciais dos armadores cometem repetidamente o equívoco de vender um contêiner sem ter o equipamento disponível em algum depot. “O que não deveria acontecer acontece em 99% dos casos”. Ele sugere montar um grupo de trabalho entre todos os envolvidos com a operação para viabilizar os custos do funcionamento desses armazéns além do horário atual.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, vê com incredulidade a resolução do CAP. Ele questiona a capacidade dos terminais molhados, que são as áreas nobres do Porto, em comportar uma grande massa de contêineres vazios durante o dia até que chegue o perãodo noturno para realização do transporte.
Fonte: PortoGente / Acesso: 23/06/09