O gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu Lima, Glaucco Legatti, disse ontem que a terraplenagem do empreendimento, em Suape, deve custar cerca de R$ 100 milhões acima do valor original, de R$ 429 milhões, fechado com o consórcio formado pela Odebrecht, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão.
O contrato foi alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), com 9.000 páginas de documentos ? reveladas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na semana passada. Entre outros pontos, o TCU detectou o que considera um superfaturamento de R$ 83 milhões.
Legatti fez uma longa explanação sobre as características do serviço de terraplenagem da refinaria, que envolve a movimentação de 11 milhões de metros cúbicos (m³) de material retirado do solo, mas que foi encarecida pela descoberta de 1,2 milhão de m³ de solo mole ? chamado solo expansivo. Ele afirmou que o TCU considera que houve superfaturamento por utilizar critérios diferentes da Petrobras.
Por ordem do TCU, a Petrobras reteve R$ 16,5 milhões em pagamentos ao consórcio. Mas, questionado pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), Glaucco revelou que, mesmo assim, a estatal fechou um aditivo de R$ 19 milhões para conservação de parte da terraplenagem inacabada. O gerente-geral disse ainda que a Petrobras trabalha para reduzir o valor a que chegou a terraplenagem, prevista para acabar em março do ano que vem. (Fonte: Jornal do Commercio/PE)