A empresa definiu projetos de pesquisa com universidades e pesquisadores locais para ultrapassar potenciais conflitos com pescadores. A licença ambiental é esperada para julho

A TGS avançou no processo de licenciamento ambiental da atividade de pesquisa sísmica 3D da Bacia de Pelotas, que pretende iniciar em setembro. A empresa participou de duas Reuniões Técnicas Informativas (RTI) realizadas pelo Ibama em Rio Grande (RS) e Itajaí (SC), nos dias 14 e 16 deste mês. A expectativa é obter a licença até julho.
Nos encontros, ouviu o relato, principalmente, de pescadores resistentes à presença das empresas de sísmica na região. Em resposta a potenciais conflitos, a empresa definiu projetos para desenvolver em parceria com universidades e pesquisadores locais para minimizar possíveis danos à comunidade local. Eles devem ser desenvolvidos antes da obtenção da licença.
A principal mudança na rotina local com a chegada da atividade sísmica será o início da navegação de embarcações de apoio, que irão se deslocar até as bases portuárias para o abastecimento de combustível e suprimentos e para a troca da tripulação.
“Essa é uma região complexa. Não é uma bacia livre para que seja feito o que se quer. Tem que ter uma combinação com o pessoal da pesca. Tem uma questão também de clima. Lá, chega a ter ondas de nove metros. E há ainda a questão dos cetáceos, que obriga a parar a atividade (em determinadas épocas do ano)”, afirmou o country manager da TGS no Brasil, João Correa.
O trabalho da TGS será destinado a um grupo de clientes e pode durar quatro anos para ser concluído. A ideia é que as empresas petrolíferas processem os dados gradualmente, à medida que forem entregues, ao longo dos anos, para que tomem decisão de investimento exploratório já no curto prazo.
A Bacia de Pelotas é uma região de nova fronteira, onde apenas foram feitas sísmicas 2D até agora. Ela é uma aposta, sobretudo, para a Petrobras, que, no ano passado, assinou 26 contratos de concessão de áreas adquiridas em parceria com a Shell.
Atualmente, há cinco projetos de realização de sísmica na Bacia de Pelotas sendo licenciados pelo Ibama. Dois deles são da TGS, um ao Norte e outro ao Sul da bacia. Ambos estão a cerca de 100 km da costa e em profundidades que variam de 200 metros a 4.000 metros.
Fonte: Revista Brasil Energia