
Marcelo Gonzalez/Divulgação Transpetro
Empresa abriu concorrência para aquisição de 4 Handy e projeta outras licitações para gaseiros e navios MR. Programa de ampliação e renovação da frota da Transpetro estima investimentos entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões para obtenção de um total de 25 novas embarcações
A Transpetro espera receber os 4 navios classe Handy, de 15 mil a 18 mil toneladas, até meados de 2028. O cronograma do edital, publicado na última sexta-feira (5), prevê o lançamento ao mar da primeira unidade no primeiro semestre de 2026, com as demais sendo entregues sucessivamente a cada seis meses. Essas primeiras unidades integram o programa de renovação e ampliação da frota da Transpetro (TP25) e estão previstas no grupo dos 16 novos navios que constam no plano estratégico da Petrobras (2024-2028). Além dos 4 Handy, outros 12, entre gaseiros e embarcações de médio porte, estão em fase de estudos junto ao setor de governança da controladora. Outros 9 têm chance de ser incluídos no próximo plano de negócios da holding. A Transpetro prevê um custo do projeto dos 25 navios próprios entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões.
A subsidiária da Petrobras espera concluir, até dezembro de 2024, todas as fases de governança do sistema Petrobras para lançar até janeiro de 2025 um edital para contratação de gaseiros. Na sequência, a Transpetro pretende publicar, em meados de 2025, edital para aquisição de navios Medium Range (MR I e MR II). A intenção é que as outras nove embarcações do TP25 — possivelmente MRs I e II — sejam incluídas no próximo plano estratégico da Petrobras (2025-2029), com edital saindo até final de 2025.
“Falamos de 4 editais para construção de navios no Brasil, sendo que 16 navios já estão no plano estratégico [2024-2028] e trabalharemos para colocar os outros 9 no PE 2025-2029 [da Petrobras]”, detalhou o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, durante coletiva de imprensa, na sede da empresa, nesta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro (RJ).
Na ocasião, Bacci ponderou que, apesar de a inclusão no plano estratégico depender dos critérios de governança da holding, essa demanda de navios saiu de estudos feitos entre a Transpetro e a Petrobras. “Foi um trabalho feito coletivamente e a Petrobras nos mostrou a demanda que ela teria nos próximos anos. Esse número de 25 navios saiu deste trabalho, sendo que 16 estão ok e 9 vamos estudar para por nesse novo plano estratégico”, afirmou.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, gravou uma mensagem de vídeo reforçando que será uma licitação internacional aberta, permitindo a participação de todos os estaleiros que atenderem aos critérios técnicos e econômicos previstos no edital. Ela considera que o início da sequência de novas contratações vai contribuir para a geração de valor para Petrobras e para o fortalecimento da indústria naval e offshore nacional. “Nesse processo, a garantia de igualdade de oportunidades para estaleiros nacionais e internacionais certamente resultará em impulso para a indústria naval nacional”, projetou.
Magda espera que o programa reduza a exposição da empresa a oscilações de fretes e reduza os custos com afretamentos de embarcações, além de ampliar a capacidade da logística de petróleo e derivados. Na coletiva, Bacci salientou que os navios serão essenciais para o atendimento à Petrobras e reduzirão essa exposição às oscilações, principalmente porque há baixa liquidez de embarcações deste porte no mercado.
O presidente da Transpetro acrescentou que os Handy vão incorporar tecnologias de eficiência energética para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), atendendo às determinações da Organização Marítima Internacional (IMO). “Hoje é um dia muito importante para a Transpetro e o sistema Petrobras porque marca a retomada dos investimentos em frota própria”. disse.
Fonte: Revista Portos e Navios