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Clippings - 17/07/09

Trem de alta velocidade deve custar R$ 34,6 bi, diz estudo

Fabãola Binas

São PAULO – O governo brasileiro deu ontem, um dos mais importantes passos oficiais rumo ao processo de licitação do trem de alta velocidade (TAV), que deve ligar os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, com extensão até a cidade de Campinas, interior paulista. O estudo de viabilidade do projeto, guardado a sete chaves até então, apresenta um orçamento aproximado de R$ 34,6 bilhões para execução da empreitada, que envolve gastos na área de construção civil, desapropriações e ainda a aquisição de materiais rodantes (trens), fora equipamentos e sistemas necessários à operação do TAV. O valor ficou bem acima do previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que era de US$ 15 bilhões. A obra deverá ir a leilão até o fim do ano e será concluída em 2014.

Os detalhes do projeto foram disponibilizados no site denominado TAV Brasil, com a assinatura da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A estimativa para a passagem entre São Paulo e Rio de Janeiro fora do horário de pico é de R$ 150 na classe econômica e R$ 200 na executiva e de R$ 200 na econômica e R$ 325 na executiva durante o horário de pico. O conteúdo do relatório elaborado pela consultoria inglesa Halcrow Group, em parceria com as nacionais Sinergia Estudos e Projetos e Balman Consultores, corria de boca em boca entre os profissionais do setor, mas apenas agora, que foi divulgado de forma oficial, deve causar furor entre empresas na formação de consórcios para concorrer a uma fatia desse bolo.

Conforme o estudo, o trem transportaria, em 2014, 6,4 milhões de passageiros por ano, contra 3,9 milhões do transporte aéreo, 960 mil de automóveis e 865 mil de ônibus. O trem terá um Serviço Expresso, que ligará as capitais São Paulo e Rio diretamente, em uma viagem de 1h33, saindo do Campo de Marte e chegando à Barão de Mauá. A parte de obras civis envolve investimentos médios de R$ 24, 5 bilhões – mais de 70% dos custos do projeto, fato que deve animar construtoras como a Odebrecht Engenharia e Construção, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, por terem um vasto portfólio de concorrências públicas, inclusive fora do País. Profissionais do setor, dizem que estas corporações estão se organizando, uma vez que a licitação oficial, prevista para agosto, poderá permitir a formação de grupos mistos, entre construtoras, fornecedoras de trens e empresas de concessões, por exemplo.

Para os setores envolvidos, resta saber quais recursos virão por parte do Governo [Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES)], e à iniciativa privada.

Material rodante

O segunda maior item do orçamento do TAV Brasil refere-se a compra dos trens, sistemas e equipamentos necessários a sua circulação, somando aproximadamente R$ 6 bilhões em investimentos, o que pode gerar gordos contratos para companhias como a francesa Alstom Transport e a alemí Siemens Mobility, declaradamente interessadas na disputa, e que também estão de olho em parceiros de seus países para a futura licitação, como bancos dispostos a financiar ou a possibilidade de até aplicar recursos próprios em parte do projeto.

Otimista, o francês Philippe Delleur, presidente da Alstom no Brasil, conversou com o DCI ontem quando confirmou que a companhia está mais que no páreo à participar do processo. Estávamos esperando a divulgação dessas informações há algumas semanas e sua revelação foi algo extremamente positivo para o andamento de mais uma nova etapa do processo, como disse. Delleur acrescentou ainda, que como tudo foi colocado no ar ontem, a empresa ainda estuda os dados apontados pelo estudo.

A promessa do Governo Federal, da iminente revelação das regras para a licitação, trouxe ao Brasil autoridades, empresários e corporações de países como a Coreia e o Japão. Cada um evidenciou vantagens competitivas, como o Ministro dos Transportes coreano.[o País] tem capacidade em concluí-lo (TAVl), até 2014. Já os japoneses, quando as empresas Mitsubishi, Mitsui, Kawasaki e Toshiba estiveram por aqui, mostraram que podem agregar tecnologicamente.