Os tripulantes de dois navios egípcios, capturados por piratas em águas somalis em abril passado, mataram dois dos sequestradores e retiveram outros dez após confronto. As autoridades do Egito confirmaram nesta sexta-feira que os 34 pescadores retomaram o controle das embarcações e estão a caminho do litoral do Iêmen.
Os 34 pescadores estão livres. A embaixada egípcia em Sana, o Consulado de Áden e a embaixada egípcia no Djibuti estão coordenando seu retorno ao Egito, afirmou o ministro adjunto de Relações Exteriores, Ahmed Rizk.
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Segundo um pirata que sobreviveu ao ataque da tripulação, citado pela agência de notícias Efe, os pescadores começaram a atacar os piratas com paus e machados nesta quinta-feira (13) e conseguiram pegar algumas das armas dos sequestradores.
O levante foi realizado depois que as conversas entre a empresa proprietária da embarcação e os piratas fracassaram.
O único pirata que escapou, identificado como Miraa, disse à agência Efe que mais dez sequestradores estão agora sob o poder dos tripulantes dos navios egípcios.
Vi como mataram dois dos meus companheiros, e matarão mais, porque estão muito zangados, disse Miraa.
As duas embarcações egípcias, que após o enfrentamento com os sequestradores navegam para a costa do Iêmen, estavam retidas perto do litoral de Badhan desde abril, quando os piratas somalis as capturaram nas águas do golfo de Áden.
Rizk contradisse o relato do pirata e afirmou que os esforços feitos pelo Ministério de Relações Exteriores para libertá-los das mãos das piratas teve êxito e não foi necessário pagar nenhum resgate.
A imprensa egípcia criticou as autoridades do Cairo por fazer pouco em favor dos pescadores. Segundo a imprensa, os sequestradores estavam pedindo um resgate de $800 mil.
Atualmente, os piratas somalis mantém sob seu poder ao menos dez embarcações. Os ataques do tipo mais do que dobraram, de 114 para 240, nos primeiros seis meses do ano, comparado ao mesmo perãodo de 2008. A informação é do Escritório Marítimo Internacional contra Pirataria.
Cerca de 20 mil navios passam todos os anos pelo golfo de Áden, para atravessar o canal de Suez.
Esta não é a primeira vez que a tripulação de um navio sequestrado se rebela contra as piratas. Em abril, os ocupantes do Maersk Alabama enfrentaram os sequestradores.
Embora a maioria dos tripulantes tenha ficado em liberdade, o capitão da embarcação, Richard Phillips, continuou sob poder dos piratas até que uma equipe de resgate americana matou três dos sequestradores e deteve mais um. (Com informações Folha Online)