Divulgação Suape
Empresa desenvolve projetos que têm conexão da área de produção do insumo com ferrovias, portos e transporte por cabotagem
A Ultracargo vê um grande potencial do etanol produzido no Brasil, integrando diferentes modais de transporte. A empresa identificou que, nas regiões Norte e Nordeste, o consumo de etanol hoje é maior do que a produção. Um dos diagnósticos é que muitos navios saem de Santos (SP) transportando etanol para Suape (PE), que é um hub que abastece vários estados do Nordeste via rodovia. A expectativa da Ultracargo é que, com a recente parceria com a Dislub para abastecimento de bunker no porto pernambucano, os armadores passem a optar por sair do Sudeste com menos quantidade de bunker e levando mais etanol porque haverá disponibilidade de fornecimento do combustível marítimo em Pernambuco.
No último dia 31 de agosto, a empresa de armazenagem de granéis líquidos do grupo Ultra e a empresa do Grupo Dislub Equador (GDE) anunciaram parceria para realizar operações de óleo combustível marítimo no Porto de Suape, que já estão em funcionamento. As duas empresas acreditam que, com a nova modalidade de abastecimento no porto pernambucano, o peso disponível nas embarcações para carregar o combustível passa agora a ser contabilizado para transportar mais mercadorias, reduzindo custos e otimizando viagens.
“A Ultracargo está fazendo projetos que têm conexão com a área de produção de etanol, com ferrovias, portos e cabotagem, principalmente para região Nordeste e Norte do país”, disse o vice-presidente-executivo da empresa, Helano Pereira Gomes, em entrevista à Portos e Navios. A avaliação da Ultracargo é que Suape é um dos quatro portos ‘primários’ na movimentação de granéis líquidos, junto com Itaqui (MA), Santos (SP) e Paranaguá (PR).
A Ultracargo vê o mercado de bunker em constante evolução, desde a resolução da Organização Marítima Internacional (IMO) que reduziu o teor de enxofre no combustível marítimo a partir de 2020. “Esse projeto nasce com bunker já com baixo teor de enxofre. Enxergamos a transição energética como processo irreversível, porém ele ainda tem um ramp up relevante para que aconteça”, avaliou Pereira.
Para o executivo, o Brasil tem uma contribuição muito grande para a agenda ambiental do mundo porque conta com uma matriz energética extremamente verde e porque está se tornando um dos maiores produtores de etanol de milho das Américas. Pereira ressaltou que, apesar de os Estados Unidos serem os maiores produtores mundiais de etanol de milho, o equivalente brasileiro pode ser considerado ‘mais verde’ porque aqui o plantio não é exclusivo, havendo espaço para culturas intercaladas de outros produtos agrícolas, como soja e milho.
Fonte: Revista Portos e Navios