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Clippings - 29/10/10

Usiminas e Vale farão aportes bilionários

São PAULO – Dentro do programa de investimentos da siderúrgica Usiminas, que soma um montante de R$ 3,2 bilhões este ano, a companhia anunciou que dobrará a capacidade de produção de chapas de aço galvanizado voltadas para o mercado automobilístico até o primeiro trimestre de 2011. A nova galvanizadora, que faz parte das novidades que a empresa apresenta com vistas a aumentar o valor agregado de seus produtos, deve ampliar para 1 milhão de toneladas anuais a produção que atualmente é de 500 mil toneladas ao ano.

Junto aos esforços por melhorar a rentabilidade, num cenário em que as importações de aço chegaram a 4,3 milhões de toneladas até o mês de setembro, a Usiminas tem planos para alcançar a autossuficiência em minério de ferro até 2015, segundo o diretor presidente da empresa, Wilson Brumer. Agregar valor aos nossos produtos é uma das formas de nos tornarmos mais competitivos. Estamos preparando a empresa para isso, disse Brumer.

Segundo Brumer, a produção de minério de ferro da siderúrgica vai fechar 2010 com 7 milhões de toneladas.

A projeção de investimentos para o próximo ano é de R$ 2,6 bilhões. O principal executivo da empresa afirmou que estes investimentos não incluem as ampliações na capacidade produtiva em mineração.

O lucro líquido da Usiminas no terceiro trimestre deste ano fechou em R$ 495 milhões, o que representa alta de 14% ante os R$ 433 milhões somados no mesmo perãodo de 2009. Nos três meses até junho de 2010, a empresa ganhou R$ 347 milhões.

O avanço de 43% do lucro entre o segundo trimestre e os três meses seguintes decorre, como explicou a Usiminas, dos ganhos cambiais refletidos nas despesas e receitas financeiras do perãodo, compensando o menor volume de vendas verificado no trimestre. As vendas de produtos siderúrgicos recuaram 9% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, totalizando 1,821 milhão de toneladas.

Importações

O presidente da Usiminas fez menção ao processo de desindustrialização – substituição da produção local por importações – pelo qual passa o País: a indústria de transformação tem optado muitas vezes por importar peças e outros itens em detrimento da manufatura local. O preço do aço nacional tem justificado este movimento, e é uma das principais reclamações da indústria. É uma conjugação de fatores que acabam não favorecendo a cadeia produtiva do aço no Brasil, afirma Brumer, que assumiu a frente da companhia em abril deste ano.

O crescimento do País e a valorização do câmbio favorecem as importações.

Brumer também afirmou que a questão vai além da valorização do real frente ao dólar: ela envolve desde a necessidade de mudanças no sistema de tributação até melhorias nas análises de processos antidumping. Esse crescimento das importações deve ser um ponto de reflexão para o governo, pois embute o risco de perdermos cadeias produtivas, afirma Brumer. Não sou defensor do protecionismo. Acho que temos de nos abrir para o comércio internacional, mas isso precisa ser feito com as ferramentas adequadas.

Outro importante fator que motiva a queda dos preços internacionais frente ao aço produzido no Brasil é o aumento dos estoques mundiais do insumo.

Ainda de acordo com Brumer, os estoques de aço no mundo chegam a 600 milhões de toneladas.

Exportações

Apesar do cenário de forte competitividade no mercado internacional, além dos altos estoques de aço no mundo, a Usiminas espera ampliar suas vendas ao exterior no último trimestre de 2010.

O quarto trimestre do ano, segundo Sérgio Leite, vice-presidente de Negócios da companhia, deve mostrar um aumento das vendas ao exterior. Os negócios lá fora estão desaquecidos, mas já conseguimos fechar exportações 70% maiores que as registradas no terceiro trimestre.

Entre julho e setembro, a siderúrgica exportou 315 mil toneladas, o correspondente a 20% de suas vendas totais no perãodo. O número ficou 18% abaixo do registrado no segundo trimestre, embora tenha sido verificado crescimento de 80% nos negócios com a Argentina e de 82% com a China. Considerando-se o aumento projetado para as vendas ao exterior e o câmbio desfavorável, a empresa espera uma redução de margem nos últimos meses do ano. No terceiro trimestre, a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 22,7%: queda de 1,6 ponto percentual perante os três meses anteriores.