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Clippings - 30/06/21

UTC mira subsea e apoio logístico para voltar a crescer

CLIA Porto, localizado em Niterói (RJ) / Créditos: UTC

Diante do novo plano de recuperação judicial aprovado na última quinta-feira (24/6), a UTC Participações reestruturou seus negócios e reposicionou a sua estratégia. Com a iminente venda da Heftos Engenharia – subsidiária de manutenção e de construção e montagem em unidades industriais do setor de óleo e gás – à concorrente Azevedo e Travassos, o grupo aposta suas fichas no CLIA Porto, um complexo logístico industrial localizado em Niterói (RJ), como nova alavanca de suporte empresarial.

A partir da parceria estabelecida com a HKM em dezembro de 2020, a UTC busca por meio do CLIA Porto mergulhar fundo no mercado subsea. Enquanto a fabricante capixaba entra com a manufatura de manifolds, PLETs, PLEMs, ILTs, estacas de sucção, estacas torpedo, monoboias, colares de fricção, jumpers e restritores de curvatura, a UTC oferece a sua infraestrutura portuária na Baía de Guanabara para receber, montar e descarregar os componentes e equipamentos subsea.

“Temos um volume de propostas de R$ 1 bilhão na rua”, garante Mauro Cruz, que lidera as empresas UTC Engenharia, UTC Internacional, CLIA Porto, Naval e Heftos, controladas pela UTC Participações. As interessadas, afirma o executivo, são os grandes fornecedores de equipamentos e serviços subsea, sem exceção. A expectativa é que as propostas se materializem em negócios a partir do segundo semestre deste ano.

A HKM, por sua vez, possui clientes do porte da Aker Solutions, NOV, TechnipFMC e Ocean Marine na sua carteira. Com área fabril de 133 mil m² instalada no município de Serra (ES), situado a apenas 30 km do Porto de Vitória, a empresa possui equipamentos de grande porte para usinagem, soldagem, tratamento térmico, dentre outros processos voltados ao offshore. Criada em 2008, dedicou foco inicial aos segmentos de mineração e siderurgia. Em 2013, entrou no óleo e gás.

Já o CLIA Porto conta com 112 mil m². Atualmente, 40% de sua área é destinada ao atendimento de um contrato com a BHGE (atual Baker Hughes), que consiste em receber, armazenar e transportar bobinas para a companhia, que as embarca para realizar o lançamento de linhas submarinas.

Sai a Heftos, entra o CLIA Porto

Para a UTC, o CLIA Porto é o negócio mais promissor no curto prazo. A expectativa é que ele ocupe a relevância de outrora da Heftos, que será vendida de “porteira fechada” como parte do acordo de recuperação. No que diz respeito ao mercado de óleo e gás, portanto, o eixo empresarial se deslocará dos serviços de manutenção para os serviços de fabricação e logística.

Em tese, o CLIA Porto ajudará a cobrir os custos fixos do grupo, servindo como uma alavanca de apoio para a tomada de risco em grandes projetos epecistas, como trechos de rodovias e modernização de refinarias. Afinal, o mercado de engenharia e construção continuará como a essência empresarial da UTC.

Recuperação judicial

A UTC Participações entrou em recuperação judicial em 2017, após as denúncias da Lava Jato terem alvejado em cheio seus negócios. Em dezembro de 2020, mesmo período em que firmou a aliança com a HKM, o grupo entrou em default, pois não conseguiu honrar dívidas trabalhistas e de Classe IV (classe composta por credores detentores de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte).

Segundo Mauro Cruz, havia um problema de fluxo de caixa. Os ativos colocados à venda, no entanto, possuem valor nominal superior às dívidas de curto prazo. “O grupo continua forte”, assegura o executivo.

Fonte: Revista Brasil Energia