A Vale realizou a primeira operação de transporte hidroviário de sua história. Desde o mês passado, a empresa está usando o Rio Tocantins, no Pará, para o transporte de cargas via balsa a suas operações no sudeste do estado.
Operação – Segundo a Vale, o ineditismo dessa operação consiste justamente na utilização da Hidrovia Tocantins-Araguaia, incluindo a transposição das eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí (UHE-Tucuruí) no sentido Belém/Marabá, ou seja, no trajeto de subida do Tocantins, e na carga transportada. A companhia revela que iniciou o transporte hidroviário após realizar estudos e identificar fornecedores.
A Vale estreou nessa modalidade com o transporte de dez básculas, caçambas usadas em caminhões fora de estrada para retirar o minério das minas. A carga, vinda do Chile, chegou à capital paraense Belém por navio, transferida em seguida para uma balsa com 70 metros de comprimento, responsável pela operação até o porto de Marabá pelo Rio Tocantins. A etapa seguinte do trajeto foi feito por terra até o destino final, em Parauapebas, na Serra dos Carajás.
No modelo tradicional usado pela Vale para esse tipo de transporte, as cargas chegam no Terminal de Vila do Conde, em Barcarena, e são transferidas através do modal rodoviário e distribuídas para suas operações nas cidades do sudeste paraense. Com a utilização da nova logística, incluindo a hidrovia, a companhia calcula que o trajeto do Porto de Vila de Conde até Parauapebas cai de 874 km para 165 km de estrada – que antes precisaria de 16 caminhões para levar as 425 toneladas.
Outra vantagem apontada pela empresa é que o modelo de transporte hidroviário também favorece a contratação de serviços especializados locais, incentivando o desenvolvimento de novos fornecedores na região. Caso da paraense Matapi Navegação, cujos serviços da balsa e do empurrador foram contratados pela Vale para realizar a viagem pioneira.
A Vale adianta que pretende dar prosseguimento no transporte de carga para o interior do Pará usando esta nova modalidade logística, devido ao sucesso da operação piloto, e que a nova alternativa vai atender, no futuro, as obras de construção da ALPA (Aços Laminados do Pará), siderúrgica que está sendo construída pela empresa em Marabá. O modelo de transporte proposto e ecologicamente mais limpo, logisticamente mais rápido, economicamente mais viável e operacionalmente mais seguro, analisa. A nova rota de transporte configura-se como uma alternativa ao escoamento da produção e de insumos para toda a região”, destaca o gerente-geral de Comercio Exterior da Vale, Ângelo Donaggio.