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Clippings - 04/11/10

Vem aí mais dinheiro para a construção naval

Em face das eleições, houve dois adiamentos, mas a reunião do Fundo de Marinha Mercante (FMM) está marcada para o próximo dia 23. Segundo fontes do setor, estarão em pauta projetos no valor estimado de R$ 8 bilhões, incluindo novos estaleiros, navios da Transpetro, navios de particulares, através do sistema EBN – pelo qual a Petrobras concede contratos de longo prazo e grupos privados encomendam navios. Serão discutidos créditos para o estaleiro de Eike Batista, o OSX, que tanto poderá ser localizado em Santa Catarina como no Rio de Janeiro. Esse estaleiro será de grande porte, similar ao Atlântico Sul, de Pernambuco. Outro projeto na pauta do FMM é um estaleiro, em Barra do Furado, próximo a Campos (RJ), do grupo paulista Alusa com a Galvão – formada por empresários coligados ao grupo Queiroz Galvão.

Extra-oficialmente, comenta-se que talvez haja necessidade de novo apoio financeiro da União ao FMM. No governo passado, dinheiro do fundo era transferido para o caixa único e, neste gestão, houve repasse de R$ 12 bilhões para atender à demanda extra. Possivelmente, será necessário novo aporte, antes do fim do ano – e do governo. Informa-se ainda que a entrega do primeiro navio do programa da Transpetro (Promef), lançado ao mar em agosto, no Atlântico Sul, em Pernambuco, teve a data de entrega adiada de dezembro próximo para março de 2011. Isso devido às chuvas e ao atraso no recebimento de dois pórticos de 1.500 toneladas encomendados a fornecedores chineses. Esse navio foi batizado de João Cândido, nome que não agradou à Marinha, por tratar-se de personagem polêmico para Força Armada.

Efetivamente, os estaleiros adoraram a vitória de Dilma Rousseff. O presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, apareceu na propaganda da candidata do PT-PMDB, atestando que, no Governo Lula, o setor renasceu. Rocha não se cansa de citar que, em 2002, os estaleiros geravam menos de 2 mil empregos, com tendência declinante – pois não havia novas encomendas. Já agora, são quase 80 mil empregados diretos, o processamento de aço deve duplicar – de 600 mil para 1,2 milhão de toneladas anuais – e vários novos estaleiros estão sendo anunciados.

Na navegação, houve extrema simpatia à vitória de Dilma. Na era Lula, registrou-se uma revolução na Transpetro, que encomendou 49 navios – dos quais 46 com contratos já assinados. No entanto, a navegação privada ainda não decolou. Hoje, não há um navio porta-contêineres de bandeira brasileira no comércio exterior. Para resolver esse problema, os armadores negociaram com a própria Dilma, na Casa Civil, a reformulação dos incentivos do Registro Especial Brasileiro (REB). Com Serra, teriam de explicar tudo novamente.