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Clippings - 19/06/09

Wellstream concentra atuação no Brasil

Araujo, presidente no Brasil: Não existe mercado mais atrativo do que este país

A compra dos equipamentos para o início da produção em grande escala no campo de Tupi, a maior descoberta feita até hoje no pré-sal, está agitando os fornecedores da Petrobras. A inglesa Wellstream está elevando sua posta na região e concentrando seus negócios no país, mesmo com a estatal apertando o cerco aos fornecedores, exigindo preços menores e aumentando a concorrência ao dividir as compras em pacotes.

A inglesa disputa com sua principal rival no país, a francesa Technip, a licitação para venda de 100 quilômetros de linhas flexíveis, que vão coletar o petróleo que sairá por sete poços furados em Tupi até uma plataforma flutuante. Essa plataforma também será encomendada. A Petrobras planeja produzir, nesse local, mais 100 mil barris de petróleo por dia e 3,5 milhões de metros cúbicos de gás. Isso explica porque os ingleses destinaram ao Brasil cerca de 70% das 50 milhões de libras esterlinas investidas nos últimos dois anos.

A estatal já produz 30 mil barris/dia no campo gigante de Tupi desde o dia 1º de maio. O volume é fruto de um teste de longa duração (TLD) que tem o objetivo de conhecer melhor o comportamento do reservatório. As linhas flexíveis usadas no teste foram feitas pela Wellstream, que agora disputa o novo contrato, cujo vencedor deve ser conhecido em breve.

Até o momento, a capacidade de produção da inglesa no Brasil para 2010 está ociosa. Isso ainda não é motivo de preocupação, diz o presidente da Wellstream do Brasil, Luis Antonio Gomes Araujo, já que serão concluídas as encomendas para os projetos de Tupi e as linhas que vão conectar as plataformas P-56 e P-57 aos campos de Marlim Sul e Jubarte, nas bacias de Campos e Espírito Santo, respectivamente.

Araujo admite pressões da Petrobras para redução de preços e reclama que poucos materiais usados no processo produtivo das linhas tiveram redução de preço. Negociamos com nossos fornecedores, mas não vimos, por exemplo, o preço do aço baixar no Brasil. Alguns polímeros especiais que suportam altas temperaturas e acidez, como o PVDF, até subiram, mesmo com a crise, diz Araujo. E mais de metade do valor de nossos equipamentos representam os materiais.

Para usar esse tipo de material, Araujo calcula que sejam necessários gastos de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões e cerca de um ano e meio de pesquisas em parceria com a Petrobras.

Na lista de insumos com preço em queda o executivo cita o níquel, o cromo e alguns tipos de aços inoxidáveis. Eles revestem as várias camadas que formam as linhas flexíveis que serão projetadas especialmente para o pré-sal. No caso de Tupi, esses equipamentos precisam enfrentar uma dificuldade adicional, que é a presença de altos teores de gás carbônico molhado – cerca de 30% e do pior tipo que existe, o que vai exigir sua reinjeção para dentro do campo – e ácido sulfídrico, ambos altamente corrosivos.

É para domar essas forças da natureza que os equipamentos precisam ser produzidos com materiais específicos. É onde entram os aços especiais, de alta qualidade e com poucos fabricantes no mundo até agora, e os polímeros como o PVDF (fluoreto de polivinilideno) mencionados pelo executivo.

Desde 2007, quando inaugurou sua fábrica em Niterói (RJ), a Wellstream já investiu US$ 130 milhões no Brasil. Logo depois de inaugurada, a unidade recebeu uma ampliação e Araujo diz que se vierem novas encomendas uma nova expansão poderá ser necessária.

Podemos investir mais no Brasil, e rapidamente, desde que apareça demanda. Não existe mercado mais atrativo hoje do que este país, diz Araujo.

Apesar de ser a maior cliente, a Petrobras não é a única. A Wellstream forneceu as linhas flexíveis usadas pela Chevron para o campo Frade; pela Statoil em Peregrino; e pela Devon, no campo Polvo. A empresa inglesa é listada na Bolsa de Londres e faz parte do índice FTSE 250.