unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 30/06/09

Zona portuária já teve grandes projetos que não decolaram

A ocupação da zona portuária do Rio já teve grandes projetos que nunca decolaram, alguns por falta de articulação com segmentos da sociedade. Um dos itens incluídos no plano do governo de César Maia para revitalizar a zona portuária, o Museu Guggenheim, enfrentou grande resistência por parte da oposição e não conseguiu sair do papel. Em 2003, o arquiteto francês Jean Nouvel apresentou detalhes do projeto que seria erguido no Píer Mauá. O empreendimento custaria R$ 705 milhões aos cofres do município.

O contrato para a construção do Museu Guggenheim foi suspenso em maio de 2003, por decisão do juiz da 8º Vara de Fazenda Pública, João Marcos Castello Branco Fantinatto, que concedeu liminar atendendo a uma ação popular de autoria de Eliomar Coelho (PSOL), que, na época, pertencia ao PT. O juiz desautorizou, também, o pagamento pela Prefeitura de cerca US$ 10 milhões à Fundação Solomom Guggenheim e ao arquiteto Jean Nouvel, referentes à primeira parcela para a elaboração do projeto.

Em outubro do mesmo ano, Eliomar Coelho entrou com ação no Ministério Público estadual contra o prefeito Cesar Maia. De acordo com o vereador, o prefeito teria mentido ao responder a um requerimento de 26 de junho, negando que a prefeitura tivesse dado continuidade ao projeto para a construção do Museu Guggenheim.

Documentos do Banco Central, segundo Coelho, comprovam que Cesar Maia por duas vezes tentou enviar para o exterior R$ 29 milhões para pagar o arquiteto Jean Nouvel, após a 8ª Vara de Fazenda Pública suspender os efeitos do contrato entre a Prefeitura e a Fundação Solomom Guggenheim. César Maia negou as acusações.

Após a interrupção dos estudos do museu, César Maia suspendeu licitações de outros projetos. Com o impasse, a revitalização que começaria pela área portuária, teve início pela Gamboa, onde apenas a Cidade do Samba, a Vila da Gamboa e o favela-bairro do Morro da
rovidência foram tocados.

O projeto seria rentável, de acordo com o secretário municipal de Cultura da época, Ricardo Macieira. Ele disse que a previsão era que a receita fosse cerca de R$ 176 milhões por ano. A longo prazo, criaria 5 mil empregos diretos e indiretos. Há outros cinco museus da Fundação Guggenheim pelo mundo: em Nova York, Las Vegas (ambas nos Estados Unidos), Veneza (Itália), Berlim (Alemanha) e Bilbao (Espanha).

O museu teria salas exclusivamente criadas para exibições de arte brasileira e latino-americanas. O portal de entrada seria uma tela gigante, onde imagens seriam reproduzidas. A iluminação das salas de exposição estavam projetadas para serem subterrâneas, com chão ou teto abertos, com uso de outros artifícios a fim de causar efeitos especiais.

No píer, haveria uma minifloresta tropical com cachoeira, e acesso a duas salas de exposição com mostras de arte contemporânea. No alto do cilindro, onde estariam as duas salas, haveria um mirante, com reprodução de uma foto do Cristo Redentor.

Outro projeto sem execução foi o do aquário marinho. Publicado no Diário Oficial do município no dia 2 de abril de 2007, o projeto foi a idealizado pelo biólogo marinho Marcelo Szpilman e pelo Instituto Museu Aquário Marinho, com arquitetura do escritório Alcides Horácio Azevedo Arquitetos Associados. Se saísse do papel, o AquaRio, seria o maior aquário marinho da América Latina.

A Prefeitura iria ceder o terreno em frente ao Armazém 8 para a construção do aquário e a construção ficaria a cargo da iniciativa privada. O AquaRio, contudo, não está nos atuais planos do prefeito Eduardo Paes. O investimento seria de R$ 65 milhões e tinha previsão de inauguração em dezembro do ano passado, com expectativa de 1,4 milhão de visitantes por ano.

O projeto previa a construção de dois tanques principais e 40 secundários, onde ficariam expostos 12 mil animais marinhos de 400 espécies diferentes. Além de estacionamento com 293 vagas, área de exposição e lazer, restaurante, galeria comercial, área de educação ambiental e pesquisa e escola de mergulho. O tanque principal, com 3,7 milhões de litros de água seria dividido em dois recintos, o oceânico, com 2,3 milhões de litros, e o de mergulho, com 1,4 milhões, separados por um túnel por onde os visitantes poderiam circular. Neste segundo recinto, os visitantes poderiam nadar com peixes, tubarões e arraias.