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Clippings - 01/11/11

ZPE do Acre iniciará funcionamento em 15 dias, diz secretário de Estado

Até o final de 2012 o Brasil deve iniciar as exportações por meio das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) e com isso, começar uma nova era do País, produtos com reais vantagens competitivas frente as mercadorias produzidas em outros países. Esta informação é do secretário de Estado do Acre, Edvaldo Magalhíes, que participou do encontro com a missão chinesa de Shenzhen.

“Em 15 dias teremos a liberação do alfandegamento por parte da Receita Federal, assim poderemos iniciar as construções das fábricas nacionais e internacionais e posteriormente o início das vendas externas. Esperamos que em até seis meses o Brasil já exporte por meio de uma ZPE”, relatou com exclusividade ao Guia Marítimo.

As ZPE caracterizam-se como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro. Dentre suas principais característica está que a suspensão do Imposto de Importação; do IPI; do PIS/Cofins; do PIS-Importação/Cofin-Importação; e do AFRRM para as importações e aquisições no mercado interno de insumos e de bens de capital; liberdade cambial (as empresas não são obrigadas a internar as divisas obtidas por suas exportações); e procedimentos administrativos simplificados nas exportações e importações.

Estudos divulgados pelo secretário de Planejamento, Gilberto Siqueira, indicam que nas áreas já consolidadas e naquela em fase de desapropriação pelo Governo do Acre, a ZPE irá receber, nos próximos dois anos, ao menos 14 empresas que realizarão investimentos de R$ 167 milhões e irão gerar 6.000 empregos diretos e indiretos.

Ainda de acordo com o secretário a ZPE do Acre será a primeira em legitima operação e propiciará ao País o início de uma fase frutífera no comércio exterior, pois teremos a logística necessária para ligar o complexo aos portos, rodovias e ferrovias, de forma a reduzir o custo de fretes com a economia de até 12 dias na ligação dos produtos com o Oceano Pacífico.

“A rodovia transamazônica está pronta e em excelentes condições para o transporte de cargas, o porto fica apenas há 1.400 quilômetros daqui e possui estrutura excelente para destinar nossas produções. Seremos definitivamente a porta de saída do Brasil para os países do Pacífico. Além de diminuirmos os gargalos dos demais portos brasileiros, e contribuirmos com isso, para a melhora nas condições comerciais do país inteiro”, pontua Magalhíes.

Dentre os setores mais beneficiados estão o de serviços, telecomunicações, energia, automobilístico e de bicicletas elétricas. “Temos 40 milhões de pessoas que utilizam as bicicletas como meio de transporte principal em torno do Acre, como nos países vizinhos, na Bolívia e no Peru. Em função da experiência de Shenzhen, a primeira ZPE chinesa, queremos e vamos, por meio de um acordo de cooperação, estreitar ainda mais as relações entre os dois países”, enfatiza.

O objetivo do acordo é instalar algumas empresas chinesas na ZPE do Acre. Com relação ao agronegócio, o secretário disse que este tema é importante, devido a pauta brasileira, e que está na agenda de negociações da ZPE para elevar a interatividade com outros países, como os Estados Unidos.

“Os empresários vão economizar tempo, dinheiro e ganhar mais clientes”, concluiu.

Na visão do governo chinês de Shenzhen, o Brasil deveria investir no envio de frutas tropicais a China. “Estou aqui a três dias e tenho comido muitas frutas diferentes e gostosas, os empresários deveriam levá-las a China. Este é um exemplo de como o Brasil pode elevar o comércio com os chineses”, frisou uma das autoridades.

Durante o evento, na capital paulista, foram assinados 5 acordos comerciais no valor total de US$ 520 milhões, principalmente no setor de telecomunicações e telefonia móvel, e mais um protocolo de cooperação para pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias.

Dentre as empresas chinesas participantes estava a Huawei, fabricante de equipamentos de telecomunicações, e seu representante disse em sua apresentação que a inovação e liderança colocam a empresa em posição estratégica no mercado de tecnologia do Brasil.

“Através de parcerias estabelecidas com as principais operadoras do país, a Huawei conseguiu se posicionar, no Brasil e no mundo, no topo da lista de contratos em tecnologia 3G. A Huawei é líder no mercado de banda larga fixa e móvel, e detém 70% do mercado nacional de modems USB de acesso 3G, com mais de 1 milhão de terminais vendidos desde a implantação do sistema no Brasil. Tivemos um faturamento somente no Brasil, na casa de US$ 1,4 bilhões em 2010, neste ano, pretendemos ter um faturamento mundial de US$ 8,2 bilhões. E queremos manter nas nossas fábricas 90% dos funcionários sendo brasileiros, além de termos a meta de passar o Brasil para primeiro lugar nas vendas de nossos produtos, hoje temos a quinta posição”, discursou.

Já a ZTE do Brasil afirmou que o primeiro lote de celulares fabricados no Brasil deve chegar ao consumidor final ainda este ano. “Temos excelente qualidade, preços baixos e vamos auxiliar na informatização da população brasileira com o nosso lançamento”, disse o vice-presidente Dan Lee.

Karina Nappi